Velvet Underground

A banda foi fundada em 1966, nos Estados Unidos, tendo como integrantes originais Lou Reed, Sterling Morrison, John Cale, Doug Yule, Nico, Angus MacAlise e Maureen Tucker. Ficou em atividade até 1996, com algumas modificações.

Se se perguntar a um crítico qual o grupo que mais influenciou o rock pós-1970, chega-se a uma surpresa. Não são os Beatles, nem tampouco os Rolling Stones. Nove entre dez críticos responderão instantaneamente: Velvet Underground. Fruto do encontro entre o instinto “rocker” suburbano de Lou Reed e a formação erudita do galês John Cale, é um dos poucos nomes da história do rock que realmente merece o pomposo status de “lenda”. A primeira razão para isso é a sua música — parte folk, parte atonal, parte barulho e extremamente intensa. Além das letras — crônicas que passeiam pelo cotidiano da perversão e pela perversão do cotidiano.

Entre os temas prediletos, drogas pesadas (como em Heroin, Waiting For My Man, While Light/White Heat e Sister Ray), devassidão (Venus in Furs) e qualquer outra coisa que horrorizasse simultaneamente o establishment e a contracultura paz-e-amor. A combinação de letra e música foi descrita na época como “o resultado do casamento secreto entre Bob Dylan e o Marquês de Sade”. Faltou citar as experiências eruditas de John Cage, de quem John Cale se considera discípulo. Outra razão para o mito: foi o primeiro grupo de rock da história que encanou de fazer “grande arte” — e fez. Teve um papel fundamental na Exploding Plastic Inevitable, trupe multimídia chefiada pelo “papa pop” e mentor do grupo, Andy Warhol.

Além do som ao vivo (extremamente alto), os shows incluíam apresentação de filmes, projeção de slides, iluminação psicodélica e dançarinos. Tudo acontecia ao mesmo tempo. Um ataque aos sentidos sem nenhum precedente, cujo objetivo era “não deixar nada para a imaginação”. Finalmente, há a imagem. Reed, Cale, a diva germânica Nico (que só participou do primeiro disco), o guitarrista Sterling Morrison e a baterista Maureen “Mo” Tucker fundaram um modelito imortal. Nos anos subsequentes houve garoto usando o visual baseado em roupa preta, óculos escuros, botinha bico fino e atitude arrogante. Dos discos, o destaque vai para os dois primeiros: The Velvet Underground and Nico (absolutamente clássico) e While Light/White Heat. John Cale deixou o grupo em 1968 e voltaria a trabalhar junto com Lou Reed no final da década de 1980. Songs for Drella foi considerado um dos melhores discos da época.

Álbuns de estúdio
1967 — The Velvet Underground and Nico
1968 — White Light/White Heat
1969 — The Velvet Underground
1970 — Loaded
1973 — Squeeze

Álbuns ao vivo
1972 — Live at Max's Kansas City
1974 — 1969: Velvet Underground Live
1976 — Bootleg Series 1, 2 e 3
1993 — Live MCMXCIII
2001 — Final V.U. 1971-1973