Música
19/02/2022 — “Garota de Ipanema”, parceria do Tom Jobim com o Vinicius de Moraes, assumiu a posição de mais gravada de todos os tempos. A liderança do ranking era da “Aquarela do Brasil” do Ary Barroso. A constatação é do Escritório Central de Arrecadação e Distribuição a partir de informações atualizadas em seu banco de dados no fechamento de 2021. O último levantamento tinha sido realizado em outubro do ano passado. Na ocasião, a “Garota de Ipanema” figurava no segundo lugar. A ordem agora mudou. A canção do Tom e do Vinícius conta com 423 gravações cadastradas no ECAD. A “Aquarela do Brasil”, com 416 gravações, caiu para o segundo lugar. Seguem-se as músicas “Carinhoso” do Pixinguinha e do Braguinha (414 gravações), “Asa Branca” do Luiz Gonzaga e do Humberto Teixeira (361) e “Manhã de Carnaval” do Luís Bonfá (293).
Tom
Jobim
ANTÔNIO CARLOS BRASILEIRO DE ALMEIDA JOBIM nasceu no dia 25 de janeiro de 1927, na cidade do Rio de Janeiro. Morreu no dia oito de dezembro de 1994, na cidade de Nova York. Do Bairro da Tijuca, mudou-se, ainda criança, para o Bairro de Ipanema. Aprendeu a tocar violão por influência do padrasto. Com 14 anos, começou a estudar piano.
Um pouco mais tarde, iniciou a carreira como pianista de casas noturnas da cidade natal. Nos anos de 1940 e 1950 tirava dos bares da noite carioca o sustento para si mesmo e para a primeira mulher, a namorada da adolescência, com quem teve dois filhos. A época marcou o início da gestação de um movimento musical revolucionário no Brasil, o qual passaria a ser conhecido como Bossa Nova.Como compositor, o primeiro sucesso foi a música “Teresa da Praia”, lançada em 1954, em parceria com o Billy Blanco. Dois anos depois, compôs a trilha sonora da peça de teatro “Orfeu da Conceição”, escrita pelo Vinícius de Moraes.
A década de 1960, para o compositor, foi marcada pela parceria com o poetinha e pela internacionalização da música brasileira. Em 1962, participou do Festival de Bossa Nova no Carnegie Hall em Nova York. No ano seguinte, compôs a música “Garota de Ipanema”, com o parceiro Vinícius. A música se tornou o seu trabalho mais conhecido e regravado no mundo. Em 1967, realizou um disco em parceria com o Frank Sinatra e trabalhou com outros astros americanos como Andy Williams, Stan Getz e Ella FitzGerald e Nelson Riddle. Nos anos de 1970, viveu uma crise pessoal: o fim do primeiro casamento e um grave problema de cirrose. Essa nova e difícil fase foi superada com o início de um novo ciclo de trabalho.
Com álbuns extraordinários como o “Urubu”, “Matita Perê” e “Terra Brasilis”, o Villa-Lobos que sempre habitou nele finalmente veio à tona. Na década de 1980, já casado novamente, dividia a vida entre a sua casa, nas encostas do Jardim Botânico, e um apartamento em Nova York. Quando não estava nesses lugares, podia ser encontrado nos palcos da Europa, dos Estados Unidos ou do Japão, apresentando-se com a sua banda. Mas era em Nova York que passava a maior parte do tempo, ocupado em compor, organizar e revisar a sua obra musical, num projeto de reunir as partituras das músicas mais famosas. Morreu em 1994, vítima de ataque cardíaco. Em fevereiro de 1996, ganhou, postumamente, o Grammy Latino pelo disco “Antônio Brasileiro”.