aristoteles1Aristóteles

Nasceu em dia e mês incertos do ano de 382 a.C., na cidade de Estagira, Calcídica, Grécia. Morreu em dia e mês incertos do ano de 322. a.C., na cidade de Atenas.

Seu pai — Nicômaco — era médico e vivera na corte do rei da Macedônia, Amintas II. Igual a muitos jovens atraídos pelo ensino de Platão, foi para Atenas. Lá viveu até a morte do seu mestre. Mudou-se em seguida para Asso, na corte do tirano Hérmias, casando-se com a sobrinha dele. Dirigiu-se, depois, para Mitilene e, finalmente, para Pela, chamado pelo rei Filipe II da Macedônia para ser o preceptor do filho Alexandre. Após a morte do rei, voltou para Atenas, onde fundou sua própria escola nas proximidades de um bosque sagrado chamado Apolo Licaios.

Daí vem o nome “liceu” dado à sua escola, também chamada “peripatética”, devido ao nome do pátio interno coberto (“peripatos”), onde ensinava. Lá viveu até que o anúncio da morte de Alexandre — O Grande provocou em Atenas não apenas o sobressalto patriótico que deveria levar à Guerra Lamíaca, mas também certa desconfiança em relação aos que eram suspeitos de simpatias pela Macedônia. Retirou-se então para Cálcide, onde ficou até morrer. De sua obra colossal, que aborda todos os campos do pensamento, os historiadores selecionaram, sobretudo, a Política. Trata-se de uma reflexão sobre a pólis (cidade), que constitui uma das fontes essenciais do conhecimento das instituições gregas.

Sabe-se que, através dos seus alunos, ele obteve informações sobre as constituições (politeiai) de mais de 150 cidades-estado. Apenas uma delas chegou à posteridade — a Constituição de Atenas. É uma descrição das instituições da democracia ateniense, precedida por um resumo da história da cidade desde as suas origens até a última emenda constitucional, logo após a restauração democrática de 403 a.C. Ainda que não fosse tão crítico quanto Platão em relação à democracia, não deixa de denunciar seus excessos e fraquezas. Suas preferências repousam numa forma de democracia moderada, baseada na classe camponesa e nos que podem se equipar como hoplitas (soldados de infantaria).

Uma crítica feita por ele à democracia de sua época é que ela fazia do artesão um cidadão. A mistoforia (indenizações diárias públicas) era condenável, segundo ele, por transformar os cargos públicos em fonte de renda. São igualmente denunciados o comércio marítimo e a cobiça pelas riquezas de que ele é causa, opondo à realidade ateniense a ideia de uma autarquia, que, entretanto, sabia ser dificilmente exequível quando a cidade atinge certo tamanho. Ainda que sua estada na corte da Macedônia o tenha levado a preferir a realeza, não parece ter considerado a possibilidade de outras formas políticas diferentes da cidade-estado. Foi, aliás, quem deu a maior contribuição à elaboração ideal desse regime político.


 

 

 



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