20200616aBoccaccio

GIOVANNI BOCCÁCIO nasceu no dia 16 de junho de 1313 e morreu no dia 21 de dezembro de 1375 na cidade de Certaldo na Região da Toscana, Itália. Filho de um comerciante, não se dedicou ao comércio como era o desejo do pai. Preferiu cultivar o talento literário, manifestado muito cedo. Com isso, produziu uma obra que lhe garante lugar entre os maiores nomes do início da literatura italiana.

Após os primeiros estudos na cidade de Florença, foi enviado para a cidade de Nápoles para completar a formação comercial. Com dezoito anos, porém, conseguiu a autorização para abandonar esses estudos. Mas o pai lhe impôs uma nova escolha: o Direito Canônico. Aceitando o mal menor, lançou-se à literatura com afinco. Estudou escritores franceses em tradução italiana e no original. Ainda em Nápoles, introduziu-se na corte por obra de um amigo.

Lá, conheceu a dama Maria D´Aquino, celebrada em suas obras sob o nome de Fiametta. O amor dele pela moça era essencialmente sensual, colocando-a à distância da imagem da mulher idealizada segundo a tradição lírica medieval. É dessa época a primeira obra importante — o livro “Filostrato” —, autêntico relato da paixão sensual. Terminado o romance “Fiametta” em 1339, iniciou-se uma fase infeliz. Além das desventuras amorosas, caiu na pobreza de recursos financeiros. Perdeu, assim, a posição social que angariara. Deixou de frequentar a corte de Nápoles e passou a morar num bairro modesto. 

Isso lhe deu oportunidade de conhecer o mundo das ruas. Retornou a Florença em 1341, onde publicou a elegia em prosa “Visão Amorosa”. Entre 1344 e 1346, escreveu a lenda “Ninfale Fioselano”, na qual seguiu o modelo deixado pelo Ovídio. Mas a inspiração da Antiguidade no livro é suplantada pelo tratamento moderno do assunto. Conviveu com a peste que assolou a Europa e chegou a Florença em 1348. A doença deu a ele o quadro para a sua obra mais importante: “Decamerão”. O livro, escrito entre 1348 e 1353 compõe-se de cem novelas refletivas da crise das concepções religiosas. Na trama, para fugir da peste, dez jovens refugiam-se por dez dias num local solitário. 

Cada um narra histórias de amor. A ideia central do livro é a de que a natureza dita ao homem regras fundamentais de conduta. Sufocar os sentimentos é desvirtuar a própria vida. Reafirmando a ruptura com os princípios morais e tradições literárias da Idade Média, defensoras do valor da vida supra-terrena e do amor espiritual, o Boccaccio insistiu na exaltação da beleza e do amor terreno. O “Decamerão” fez do autor o primeiro grande realista da literatura universal. Em 1355, escreveu o romance “Corbaccio”, sua última obra em dialeto toscano. A partir daí, passou a usar sempre o latim. Ainda deixou para a posteridade o romance “Mulheres Célebres” (1362) e uma série de 104 biografias de mulheres conhecidas pelo vício e virtudes. Quanto ao “Decamerão”, a história virou diversos filmes.


 

20181226 ft1 pgGiosué Carducci

GIOSUÉ CARDUCCI nasceu no dia 27 de julho de 1835, na cidade de Valdicastello, Região da Toscana, Itália. Morreu no dia 16 de fevereiro de 1907, na cidade de Bolonha, Região da Emília-Romanha. Primeiro filho de um médico, formou-se em letras, em 1856,  na Escola Normal de Pisa. Quatro anos depois, tornou-se catedrático de literatura italiana na Universidade de Bolonha. Já ganhara, então, certa notoriedade com versos em que coloca todo o seu sentimento patriótico, numa espécie de compensação criativa.

Nesse tempo, ele por não pôde seguir para o campo de batalha contra a Áustria, pois obrigado a responder pela subsistência da família após a morte do pai.  Às divagações românticas dos literatos contemporâneos, antepõe o vigor dos seus versos realistas e “italianos”, na medida em que neles interpreta o momento histórico-político e procura indicar caminhos para a afirmação nacional. O livro “Levia Gravia” é exemplo da atualidade dos seus versos. A obra se inspira em noticiários dos jornais, com remissão à história do país. No período em que se inflama como republicano (1867-1882), “Giambi e Epodi” é a obra mais significativa.

Não deixa, porém, de se dedicar à poesia intimista, como a exposta na obra “Rimas Novas”, coletânea em que figuram as poesias “O Boi”, “São Martinho”, “Pranto Antigo”, em homenagem à mãe, falecida em 1870, e “Diante de São Guido”. Por essa época, a paixão política já estava amenizada. Faz, também, o livro “As Odes Bárbaras” (1877-1889), no qual reproduz o ritmo da poesia greco-latina, e “Rimas e Ritmos” (1888-1898), série de odes históricas. Embora nomeado senador da república em 1890, continuou lecionando em Bolonha até 1904. Também deixou diversos trabalhos em prosa. Pelo conjunto da obra foi, em 1906, laureado com o Prêmio Nobel de Literatura.


 

aretino1Pietro Aretino

Nasceu no dia 20 de abril de 1492, na cidade de Arezzo, Toscana, Itália. Morreu no dia 21 de outubro de 1556, na cidade de Veneza.

Era filho de um sapateiro com uma prostituta. Ainda rapaz, foi expulso de sua cidade natal por escrever um poema contra a política das indulgências da Igreja Católica. Retirou-se para Perúsia, na região da Úmbria, onde trabalhou como encadernador. Depois, foi para Roma, colocando-se a serviço do papa Leão X, permanecendo com o sucessor deste, Clemente VII. Escreveu, em 1524, dezesseis sonetos luxuriosos, compostos para os desenhos eróticos do seu amigo Giulio Romano.

O escândalo provocado pelos versos o obrigou a deixar Roma e pedir asilo em Veneza. Adquiriu, então, enorme popularidade com suas poesias satíricas e seus livros obscenos. Implacável em suas sátiras, era adulador quando lhe convinha. Era também muito vaidoso: presenteava os outros com retratos seus e mandava gravar medalhas em sua honra. Escreveu também peças de teatro, biografias de santos, diálogos e paródias. Viveu num estado de liberdade jamais conferido a outro homem da sua época. De forma ousada e pouco convencional para os padrões literários desse período, atacou nobres e clérigos. Ficou conhecido na história pela alcunha “Flagelo dos Príncipes”. Segundo os historiadores, morreu “podre” de rico.

 


 

Jornalismo Vs. Internet

29/06/2015 — O destaque da tradicional entrevista das páginas amarelas da revista Veja esta semana é o escritor italiano Umberto Eco. Isso porque, aos 83 anos, está lançando no Brasil o livro “Número Zero”. O escritor vem de uma forte polêmica por ter dito que “a internet dá voz a uma multidão de imbecis”. Em resposta, ele afirmou: “num mundo com mais de sete bilhões de pessoas, você não concorda que há muitos imbecis? Na internet, o imbecil pode opinar sobre tudo o que não entende.” Segundo ele, “os jornais, em vez de se tornar vítimas da internet, repetindo o que circula na rede, deveria dedicar espaço para a análise das informações”. Para ele, os jornais, em vez de se tornarem vítimas da internet, repetindo o que circula na rede, deveriam dedicar espaço para a análise das informações.

numero-zero1Mau Jornalismo
19/01/2015 — O famoso escritor e ensaísta italiano Umberto Eco lançou na Itália o seu último romance — “Número Zero” —, uma espécie de manual do mau jornalismo, ambientado na redação de um jornal imaginário. A trama da nova obra se passa na Itália de 1992, quando o país vivia uma época de escândalos de corrupção, os quais motivaram a investigação da operação “Mãos Limpas”, que arrasou com boa parte da classe política de então. O livro se concentra basicamente nos mistérios não resolvidos que abalaram a Itália daquela época. Um deles é o que teve como protagonista a loja maçônica Propaganda 2 do temido Lucio Gelli. Ainda se destaca o suposto assassinato do papa João Paulo I.

umberto-eco f1Umberto Eco

Nasceu no dia 5 de janeiro de 1932, na cidade de Alexandria, Piemonte, Itália. Morreu no dia 19 de fevereiro de 2015, na cidade de Milão. Além de escritor, filósofo, semiólogo, linguista e bibliófilo de fama internacional. Foi titular da cadeira de semiótica e diretor da escola superior de ciências humanas da Universidade de Bolonha. Ensinou temporariamente na Universidade de Yale, na Universidade de Columbia, na Universidade de Harvard, as três nos Estados Unidos. Embora tenha começado a carreira como filósofo e analista da obra de Santo Tomás de Aquino, celebrizou-se como romancista, principalmente por causa do clássico “O Nome da Rosa”, adaptado para o cinema em 1986. O livro foi lançado no Brasil pela Editora Record em 1989.

o-pendulo-de-f1Livro: O Pêndulo de Foucault
Lançamento no Brasil
: janeiro de 1990
Editora
: Record
Resenha
: Garamond, dono de uma editora de textos ocultistas, e seus assistentes se envolvem numa fantástica aventura ao receber um livro sobre uma sociedade secreta do século XII. Em jogo, o controle da energia no centro da Terra.


petrarca in1Petrarca

FRANCESCO PETRARCA nasceu no dia 20 de julho de 1304, na cidade de Arezzo, Toscana, Itália. Morreu no dia 19 de julho de 1374, na localidade de Arquà, VênetoViveu parte de sua infância e adolescência na França. Realizou seus primeiros estudos em Bolonha e em Montpellier. Em 1326, atraído pela carreira eclesiástica, recebeu as ordens menores e se instalou em Avinhão, na época residência papal. Nesse período, tornou-se conhecido pelos poemas que escrevia e se aprofundou no estudo dos grandes clássicos.

Em 1330, tendo já desistido da vida religiosa, foi para Lombez, na Gasconha. Aproveitando seu enorme prestígio junto a príncipes e papas, começou a viajar pela EuropaEssas viagens serviram para ampliar consideravelmente seus conhecimentos. Em 1336, depois de ler as “Confissões” do Santo Agostinho, experimentou uma profunda crise religiosa, que o levou a se refugiar durante algum tempo em Vaucluse. Alguns anos depois, já era considerado um poeta de primeira linha. Não ficou alheio aos acontecimentos de sua época. Através de cartas e poemas, interveio na vida pública em várias oportunidades.

Assim, lutou pelo retorno do papa a Roma, apoiou as reformas políticas do Cola di Renzi e, sobretudo, em 1353, tentou mediar o conflito entre as cidades de Gênova e Veneza, as quais estavam em guerra pela supremacia no Mar Mediterrâneo. Contudo, mais artista do que homem de ação, foi na literatura que sua versátil e irrequieta personalidade encontrou o caminho da realização. Sua obra Canzionere, escrita em italiano, revelou um dos maiores poetas de todos os tempos. Obedecendo a uma rigorosa estética, a maior parte dos versos foi inspirada no seu grande amor por Laura, que morrera em 1353. Selecionando o que havia de mais vigoroso na tradição lírica neolatina dos dois séculos anteriores, conseguiu expressar com extrema sensibilidade as paixões humanas e, além disso, criou uma linguagem lírica moderna. O poema alegórico Trionfi, também escrito em italiano, é uma versão histórica e simbólica do grande tema tratado no Canzionere.

Partindo do autobiográfico, ele atinge o homem universal, abrangendo toda a evolução da humanidade. Foi em latim que compôs a maior parte de suas obras. Epistolae Metricae, por exemplo, contém vários trabalhos: confissões íntimas, anedotas autobiográficas, cartas de consolo e exortação, reflexões morais, proposições literárias, etc. No poema épico Africa — relato da segunda guerra púnica —, ao lado de sentimento de miséria de todas as coisas da terra coexiste uma desolada percepção da efemeridade do tempo. De Viris Illustribus reúne uma série de biografias de famosas personalidades; De Vita Religiosa fornece as bases teóricas e a descrição de um dos temas essenciais do poeta: a solidão. Em Secretum Meum Sive de Contemplu Mundi, um dos seus mais importantes trabalhos, faz uma autoanálise sincera e fundamental para a compreensão de sua vida interior e o desprezo pelo mundo. Considerado um dos expoentes do fim da Idade Média e visto como um dos precursores do espírito moderno, foi talvez o escritor que mais influenciou a cultura da Europa Cristã.


 

 

 



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