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MICHELANGELO DI LODOVICO BUONARROTI SIMONI nasceu no dia 6 de março de 1475, na localidade de Caprese, Toscana, Itália. Morreu no dia 18 de fevereiro de 1564, na cidade de Roma. Descendia de uma família tradicional de Florença. Contra a vontade do pai, entrou para o ateliê de Domenico Ghirlandaio e se tornou discípulo do escultor Bertoldo di Giovanni, na academia que funcionava nos jardins do príncipe Lourenço de Médici. Como escultor, sempre recorreu a duas fontes: Donatello Bardi e Antiguidade.

Mas foi um curso de dissecação de cadáveres que desenvolveu nele o profundo conhecimento da anatomia humana, que transportaria tanto para o mármore quanto para as telas. Mesmo como pintor, interessou-se apenas pelas formas do corpo, criando imagens com relevo muito acentuado, como se fosse esculturas. Sacrificou sempre a cor à plástica. As qualidades de suas telas são a razão, a simetria, a proporção, a solidez, a energia e o movimento. Embora já tivesse concluído as obras Cupido Adormecido, Adônis Agonizante (1495) e Piedade (1498), sua primeira grande escultura foi Davi, realizada em Florença, na primavera de 1501. Pouco depois, decorou a sala do Conselho de Florença.

Em seguida, o papa Júlio II o chamou a Roma para fazer seu túmulo. Imediatamente, partiu para Carrara, a fim de selecionar os tipos de mármore para o monumento. Em 1508, recebeu do papa uma incumbência mais importante: a decoração da Capela Sistina, no Vaticano. A obra ficou pronta em 1512. A rica decoração das partes superiores das paredes, com relevo e profundidade, terminava em doze figuras de proporções colossais: cinco sibilas e sete profetas. No centro da abóbada destacam-se cenas do Gênese. Depois desse trabalho, voltou para Florença vitorioso. Mas no ano em que morreu o papa Júlio II (1513) voltou a Roma para terminar o mausoléu. Iniciou, então, três estátuas (o Moisés e dois escravos), nas quais se manifestava o sentimento que nunca mais o abandonaria: a obsessão pela infelicidade e a luta contra imaginárias forças opressoras.

O túmulo do Júlio II seria novamente interrompido em 1516 quando o novo papa, Leão X, da família dos Médici, lhe propôs construir a fachada da Igreja de São Lourenço, em Florença. Esta fachada nunca foi construída em razão da falta de verbas. O artista, então, projetou  uma sacristia para a mesma igreja e o túmulo dos Médici. Nesta obra, escultura e arquitetura se integram perfeitamente. Em Florença, trabalhou também na Biblioteca Laurenciana (iniciada em 1523), empreendeu a restauração do Capitólio e realizou projetos para a Basílica de São Pedro, cujos trabalhos dirigiu até a morte. Em 1532, firmou novo contrato com os herdeiros do papa Júlio II para terminar o mausoléu que fora iniciado quase 30 anos antes. Pelo acordo, faria seis estátuas, em vez de 28. Três anos depois, o papa Paulo III o nomeou pintor, escultor e arquiteto do Vaticano, encomendando-lhe o Juízo Final para a Capela Sistina. Os afrescos ficaram prontos em 1541.

Antes de terminar o mausoléu de Júlio II (1545), ainda pintou os afrescos da Capela Paulina (Crucificação de São Pedro e Conversão de São Paulo). Em 1559, projetou a Igreja de São João dos Florentinos e a Capela Sforza da Igreja Santa Maria Maggiore. De acordo com os historiadores, o artista nunca se contentou em conceber uma ideia e deixar para outros a execução. Seu prestígio lhe permitiu renunciar a honrarias e títulos. Desprezou a amizade de príncipes e papas. Mesmo assim, todos o chamavam de “divino”. Desenvolveu uma arte racional, mais por consciência de estar acima do artesão do que por orgulho. É considerado o primeiro artista moderno integralmente comprometido com o seu trabalho. No século do triunfo do formalismo, cultivou a individualidade e a emancipação do artista. Exerceu grande influência através do ideal da monumentalidade escultural (na essência, um ideal clássico), plenamente realizado em suas figuras nuas. Ou seja, um gênio inimitável!

Algumas obras: Cristo Juiz (Capela Sistina, Vaticano), Nu (Capela Sistina, Vaticano), São Pedro Acorrentado (Igreja de São Pedro, Florença), Sibila Cumeia (Capela Sistina, Vaticano) e Santo Antônio Atormentado Por Demônios.




 

 



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