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Categoria: Presidentes Brasileiros
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João Goulart

02/12/2014 — A autópsia dos restos mortais do ex-presidente João Goulart, morto há 38 anos na Argentina, não identificou a presença de medicamentos tóxicos ou veneno que pudessem ter causado a sua morte. O laudo final da perícia dos restos mortais concluiu que o ex-presidente, deposto pela Revolução de 1964, realmente pode ter sido vítima de um enfarte, como foi informado à época pelas autoridades do regime militar, devido a histórico de cardiopatias. Entretanto, os esquerdistas ligados ao PT que participaram do estudo não se conformam. Eles dizem que as análises foram prejudicadas pela ação do tempo e que as duas hipóteses se mantêm, embora tenham sido investigadas 700 substâncias químicas no corpo do “de cujus”. 

ft1JOÃO BELCHIOR MARQUES GOULART nasceu no dia 1.º de março de 1918, na cidade de São Borja, Rio Grande do Sul. Morreu no dia 6 de dezembro de 1976, na Argentina, vítima de ataque cardíaco. O pai diminuiu a sua idade em um ano quando ele concluiu o secundário com apenas 16 anos, idade insuficiente, naquela ocasião, para ingressar no ensino superior. Formou-se em Direito aos 20 anos, em 1939. Ainda na faculdade, conheceu Manuel Antônio Vargas (Maneco), filho do presidente Getúlio Vargas.

Começoua aí a participação política. Elegeu-se deputado federal constituinte em 1946, pelo Partido Trabalhista Brasileiro (PTB). Em 1950, começou a vislumbrar a possibilidade de alcançar a Presidência da República. Ocupou o Ministério do Trabalho no governo de Getúlio Vargas, entre 1953 e 1954. Nos anos seguintes, elegeu-se vice-presidente nas chapas de Juscelino Kubtscheck e de Jânio Quadros. Com a renúncia de Jânio, em agosto de 1961, enfrentou resistência para a sua posse como presidente. Após mobilização popular, liderada pelo então governador gaúcho Leonel Brizola, assumiu o governo, de forma limitada pelo regime parlamentarista, em 7 de setembro de 1961.

Em 6 de janeiro de 1963, o Congresso Nacional devolveu-lhe plenos poderes, ao restabelecer o regime presidencialista. Deflagrou, então, um plano global de governo que pretendia combater a inflação, cujo índice era de 52% em 1962, e realizar reformas de base, entre elas a reforma fiscal e a reforma agrária. O plano não atingiu os resultados esperados. Seu governo sofreu forte pressão das centrais sindicais e perdeu também apoio parlamentar. Envolveu-se em situações que o colocam em choque com as Forças Armadas. Em 31 de março de 1964, o Exército resolveu tirá-lo do poder. Não resistiu, preferindo asilar-se numa de suas fazendas no Uruguai. Cassados os seus direitos políticos, jamais pôde voltar (oficialmente) ao Brasil.