O Presidente Que Não Assumiu

20/02/2015 — Está chegando às livrarias a obra “Tancredo Neves: A Noite do Destino”, do jornalista José Augusto Ribeiro. De acordo com a crítica, trata-se da biografia definitiva do político mineiro. O livro retrata a vida pessoal e, principalmente, a trajetória política do primeiro presidente brasileiro eleito após o regime militar. O biógrafo era assessor dele na época e traz para o público o resultado de mais de quinze anos de pesquisa. O leitor encontrará farto material bibliográfico, incluindo documentos do arquivo pessoal de Tancredo Neves, fotos, entrevistas exclusivas e fatos ainda inéditos sobre esse líder nacional. O livro sai pela Editora Record. Tem preço sugerido de R$ 80,00.

Tancredo Neves
TANCREDO DE ALMEIDA NEVES nasceu no dia 4 de março de 1910, na cidade de São João Del-Rei, Minas Gerais. Morreu no dia 21 de abril de 1985, na cidade de São Paulo. É de ascendência predominantemente portuguesa, mas também austríaca. O sobrenome “Neves” vem de um trisavô natural de Angra do Heroísmo, no Arquipélago dos Açores, do alferes José António das Neves, açoriano que se estabeleceu em São João Del Rei e faleceu em 1862. Sua família fazia parte da política brasileira, seu avô, José Juvêncio das Neves, era defensor da república. Filho de Francisco de Paula Neves e Antonina de Almeida Neves, transferiu-se para Belo Horizonte, após concluir os estudos em sua cidade natal.

Ingressou na Faculdade de Direito onde se tornou simpatizante da Aliança Liberal que levou Getúlio Vargas ao poder com a eclosão da Revolução de 1930. Depois de formado, ingressou na política pelo Partido Progressista de Minas Gerais (PP), pelo qual foi eleito vereador em São João Del-Rei em 1935, cargo que exerceu até 1937. Recebeu a maior votação dentre os concorrentes, tornando-se presidente do legislativo municipal. Durante a República Velha fez oposição a Artur Bernardes. Quando as câmara municipais foram fechadas, com o o advento do Estado Novo, em 1937, retornou à advocacia. Com o retorno das eleições, elegeu-se, em em 1947 deputado estadual em Minas Gerais pelo Partido Social Democrático. Em 1950, elegeu-se deputado federal, mas se licenciou do cargo para assumir o Ministério da Justiça.

Entregou o cargo de ministro quando do suicídio de Getúlio Vargas, ocorrido em 1954. Fiel à memória de Getúlio, fez oposição ao governo de João Café Filho e foi um dos articuladores da candidatura de Juscelino Kubitschek à Presidência da República nas eleições de 1955. Em 1960, depois do exercício de cargos no governo federal, disputou o governo de Minas Gerais, sendo derrotado por Magalhães Pinto (UDN). Após a renúncia do presidente Jânio Quadros, em 1961, articulou a instalação do parlamentarismo evitando que João Goulart fosse impedido de assumir a presidência por um golpe militar. Em seguida, o Congresso Nacional o nomeou primeiro ministro.

Restabelecido o presidencialismo em 1962, voltou ao cargo de deputado federal. Com a instalação do regime militar em 1964, fundou, juntamente com Ulysses Guimarães, o Movimento Democrático Brasileiro (MDB), partido da oposição. Foi reeleito deputado federal em 1966, 1970 e 1974. Em 1978, foi eleito senador por Minas Gerais. Com a reforma partidária de 1979 e a volta do pluripartidarismo, deixou o MDB para criar o Partido Popular (PP). Mas em 1982 advogou a incorporação desse partido pelo Partido do Movimento Democrático Brasileiro (PMDB). Neste mesmo ano foi eleito governador do Estado de Minas Gerais. Renunciou a este cargo em 1984 para se candidatar à Presidência da República no Colégio Eleitoral. Eleito, não chegou a tomar posse.

Cargos Públicos
1933-1933 — Promotor Público
1935-1937 — Vereador
1947-1950 — Deputado Estadual
1951-1961 — Deputado Federal
1953-1954 — Ministro da Justiça
1961-1962 — Primeiro Ministro
1962-1962 — Ministro da Fazenda
1979-1982 — Senador da República
1983-1984 — Governador de Minas Gerais