20190705Tutancâmon

05/07/2019 — Uma cabeça marrom de quartzito do jovem faraó egípcio Tutancâmon foi vendida num leilão em Londres por mais de 4,7 milhões de libras (cerca de R$ 22,4 milhões) nesta quinta-feira (4) a um comprador não identificado. A escultura de mais de três mil anos mostra o rei infante tomando a forma do antigo deus egípcio Amon. Houve manifestações de protesto do lado de fora da casa de leilões. O Egito há muito exige o retorno de artefatos levados por arqueólogos e aventureiros do império britânico, mesmo que retiradas em escavações oficialmente autorizadas. Tutancâmon pertenceu à décima oitava dinastia egípcia. Governou o país entre os anos de 1341 e 1323 antes da Era Cristã. Era filho do faraó Aquenáton e da rainha Nefertiti.

tutancamon1TUTANCÂMON nasceu em dia e mês incertos do ano de 1343 a.C. e morreu em dia e mês incertos do ano de 1327 a.C. Era filho e genro de Aquenáton (o faraó que instituiu o culto de Aton, o deus Sol) e filho de Kiya, uma esposa secundária do seu pai. Casou-se aos oito anos, provavelmente com sua meia-irmã, Anchesenamon. Assumiu o trono quando tinha cerca de nove anos. Em seu curto reinado restaurou os antigos cultos aos deuses e os privilégios do clero (principalmente o do deus Amon de Tebas). Morreu aos dezoito anos, sem herdeiros, com apenas nove anos de trono.

Isso levou os especialistas a especularem sobre a hipótese de doenças hereditárias na família real da XVIII dinastia egípcia.Devido ao fato de ter falecido tão novo, o seu túmulo não foi tão suntuoso quanto o de outros faraós, mas mesmo assim é o que mais fascina a imaginação moderna pois foi uma das raras sepulturas reais encontradas quase intacta. Ao ser aberta, em 1922, ela ainda continha peças de ouro, tecidos, mobília, armas e textos sagrados que revelam muito sobre o Egito de 3,4 mil anos atrás. A causa da sua morte sempre gerou polêmicas. Em 1925 foi realizada uma autópsia na múmia por Douglas Derry, tendo se considerado na época a hipótese de uma morte natural, talvez por tuberculose. Em 1968 uma equipe da Universidade de Liverpool liderada por R.G Harrison obteve autorização para realizar raios-x na múmia.

Uma ferida perto da orelha esquerda do faraó, que penetrou no crânio, produzindo uma hemorragia, foi apontada como causa da morte. Esta ferida poderia ter sido causada por um golpe ou um acidente. As radiografias mostraram como um osso tinha penetrado no crânio. Alguns investigadores avançaram com a hipótese de assassinato. Outros defenderam a tese segundo a qual ele caíra de uma biga. Em janeiro de 2005 a múmia foi retirada do seu sarcófago no túmulo do Vale dos Reis para mais um exame no qual se recorreu à tomografia computadorizada. Este exame, que teve duração de quinze minutos, gerou 1,7 mil imagens. Os novos exames descartaram a hipótese da morte por assassinato. Em maio de 2005, egípcios, franceses e americanos reconstituíram a face do faraó a partir de imagens de tomografia computadorizada. Agora, em 2014, parece que os cientistas chegaram a uma conclusão sobre a morte do rei egípcio.

Congênito
22/10/2014 — A primeira “autópsia virtual” feita na múmia do mítico faraó egípcio Tutancâmon revela que ele não morreu em acidente de biga, como se pensava. A análise indica que ele provavelmente morreu em decorrência de complicações derivadas de problemas de saúde congênitos. O programa “Tutankhamun: The Truth Uncovered” (“Tutancâmon: A Verdade Revelada”) documenta os exames realizados por vários especialistas. A “autópsia” consistiu na análise de duas mil imagens digitais — como ressonâncias, tomografias e exames de raio-x — e testes de DNA, que indicam que o rei egípcio, que ocupou o trono dos 9 aos 19 anos (1.332 a.C. - 1.323 a.C.), nasceu do incesto entre irmãos, de quem herdou uma doença nos ossos. Além disso, as imagens da cabeça e do corpo revelam que ele tinha uma morfologia peculiar, com o lábio superior proeminente e quadris quase femininos, além da deformidade no pé.


 

 



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