Fernando Sabino
FERNANDO TAVARES SABINO nasceu no dia 12 de outubro de 1923, na cidade de Belo Horizonte, Minas Gerais. Morreu no dia 11 de outubro de 2004, na cidade do Rio de Janeiro. Desde a mais tenra idade se interessou pela escrita. Começou a escrever contos aos treze anos de idade. Seu primeiro trabalho foi uma história policial, publicada numa revista da polícia do seu estado natal. Também esportista, foi campeão sul-americano de nado-costas, a sua especialidade, em 1939. Na área da cultura, ganhou o segundo lugar na Maratona Nacional de Português e Gramática. No início da década de 1940, começou cursar a faculdade de direito e, no jornalismo, começou a trabalhar como redator da Folha de Minas.
O primeiro livro de contos — “Os Grilos Não Cantam Mais” — foi publicado em 1941. Em Belo Horizonte, formou com Hélio Pellegrino, Otto Lara Rezende e Paulo Mendes Campos o Grupo dos Vintanistas. Esse grupo discutia literatura e fazia passeios boêmios pelas noites da capital mineira. Suas histórias serviram para a publicação da obra “O Encontro Marcado”, um sucesso editorial na época. Em 1944, mudou-se para o Rio de Janeiro, onde se tornou colaborador regular do jornal Correio da Manhã. Em 1960, fundou a Editora do Autor, junto com o Rubem Braga. Em 1963, deixou essa editora para fundar a Editora Sabiá. Em 1973, fundou a Bem-Te-Vi Filmes, onde passou a fazer curtas-metragens. Ganhou o Prêmio Jatubi — o mais importante da literatura brasileira — em 1980 e em 2002.
31/07/2015 — Está nas livrarias uma nova edição do livro “O Poder Ultrajovem”, do Carlos Drummond de Andrade. A obra reúne textos publicados pelo autor mineiro na imprensa entre o final da década de 1960 e o início da década de 1970. Trata-se de um poderoso conjunto de prosa e verso, sempre pendendo para os domínios da crônica, gênero que o escritor praticou como poucos. Com um olhar maduro e algo desencantado, Drummond se debruça sobre os mais diversos aspectos da vida e da sociedade daquela época.
Publicado originalmente m 1972, este é o segundo livro do autor a ser lançado no ano. Em maio, pela mesma Companhia das Letras, chegou “A Falta Que Ama”, publicado originalmente em 1968. Esse exemplar aprofunda questões que sempre marcaram a obra poética do autor: afetos, memória e observações sobre a realidade brasileira. Ao mesmo tempo desencantados e sardônicos, esses temas perpassam o livro inteiro, com leveza e profundidade. Com posfácio de Marlene de Castro Correia, a edição conta com caderno de imagens e bibliografia recomendada para aqueles que quiserem mergulhar mais fundo na obra de um de dos maiores poetas brasileiros.
Drummond
CARLOS DRUMMOND DE ANDRADE nasceu no dia 31 de outubro de 1902, na cidade de Itabira, Minas Gerais. Fez os estudos primários na sua cidade natal e os secundários em Belo Horizonte. Formou-se em farmácia pela Universidade Federal de Minas Gerais, mas jamais exerceu a profissão. Na capital mineira, integrou, em 1925, o grupo que fundou “A Revista”, publicação literária de tendência nacionalista que se tornou o porta-voz do modernismo em seu estado. No ano seguinte, entrou para o jornalismo como redator-chefe do jornal O Estado de Minas.
Em 1928, publicou o poema “No Meio do Caminho”, o qual provocou escândalo e controvérsia. Lançou o seu primeiro livro — “Alguma Poesia” — em 1930. Em 1934, depois do lançamento do livro “Brejo das Almas”, entrou para a política, assumindo a chefia de gabinete do Ministério da Educação, assessorando o então ministro Gustavo Capanema. Permaneceu no serviço público até a aposentadoria. Ligado ao Partido Comunista Brasileiro no início dos anos de 1940, escreveu poesias de fundo social, como a “Sentimento do Mundo” (1940) e “A Rosa do Povo” (1945).
Em suas criações, a indignação com as desigualdades sociais conviveu com um profundo lirismo, o senso de humor e a emoção contida. A partir do livro “Claro Enigma”, de 1951, voltou a registrar o vazio da vida humana e o absurdo do mundo. Em 1954, passou a escrever crônicas no jornal Correio da Manhã e, em 1969, no Jornal do Brasil. Em 1987, foi homenageado pela Escola de Samba Mangueira, que venceu o carnaval carioca com o tema “No Reino das Palavras”. Por ocasião das comemorações dos 500 anos do Brasil, em 2000, foi colocado pelo Almanaque Abril na lista das principais personalidades brasileiras em todos os tempos. Também em homenagem, a Prefeitura do Rio de Janeiro instalou uma estátua dele no calçadão da Praia de Copacabana.
O Coito
soneto publicado na
Playboy de agosto de 1990
A castidade com que abria as coxas
e reluzia a sua flora brava.
Na mansuetude das ovelhas mochas,
e tão estreita, como se alargava.
Ah, coito, coito, morte de tão vida
sepultura do musgo, sem dizeres.
Em minha ardente substância esvaída
eu não era ninguém e era mil seres,
em mim ressuscitados. Era Adão,
primeiro gesto nu ante a primeira
negritude do poço feminino.
Roupa e tempo jaziam pelo chão.
E nem restava mais o mundo, à beira
dessa moita orvalhada, sem destino.
AFONSO ARINOS DE MELO FRANCO nasceu no dia 01 de maio de 1868, na cidade de Paracatu, Minas Gerais. Morreu no dia 19 de fevereiro de 1916, na cidade de Barcelona, Espanha.
Era filho de Virgílio de Melo Franco e de Ana Leopoldina de Melo Franco e irmão do diplomata brasileiro Afrânio de Melo Franco. Bacharel pela Faculdade de Direito de São Paulo, em 1889, retornou para Minas Gerais, fixando-se em Ouro Preto. Foi um dos fundadores da Faculdade de Direito desta cidade, cabendo-lhe a cadeira de Direito Criminal. Como jornalista, colaborou com a Revista Brasileira e a Revista do Brasil. Em 1896, viajou para a Europa.
De volta ao Brasil, foi convidado para assumir a direção do jornal O Comércio de São Paulo. Em 1898, publicou seu primeiro livro, intitulado Pelo Sertão. A obra é considerada pelos críticos a precursora de Os Sertões, escrito mais tarde por Euclides da Cunha. Transferindo-se definitivamente para a Europa, fundou um escritório de informações sobre o Brasil, fazendo conferências e escrevendo na imprensa. Sua obra literária influenciou diretamente o nascente regionalismo brasileiro. Em dezembro de 1901, foi eleito para a Academia Brasileira de Letras. Todos os outros livros de sua autoria foram publicados postumamente: Lendas e Tradições Brasileiras (1917), Histórias e Paisagens (1921) e O Contratador de Diamantes (teatro, 1917).
22/04/2015 — Lançado este mês (abril) pelo selo Galera Record, o livro “Cinderela Pop” entrou na lista dos dez mais vendidos no Brasil, semanalmente elaborada pela revista Veja. A obra figura no quarto lugar, à frente do “Convergente” e uma posição atrás do “Divergente”, ambos da Veronica Roth. No livro, a autora Paula Pimenta — uma mineira de Belo Horizonte — conta a história da Cíntia, uma princesa dos dias atuais. Ela é antenada, tem opiniões próprias, é decidida e adora músicas. A princesa morava com os pais num castelo e sonhava com a chegada do seu príncipe. Porém, um dia, esses sonhos se desmoronaram. Ela deixou de acreditar em romances e teve de partir para reconstruir a sua vida. O livro faz parte da antologia “O Livro das Princesas”, que tem, ainda, “Princesa Adormecida”.
Paula Pimenta
Nasceu no dia 2 de junho de 1975, na cidade de Belo Horizonte, Minas Gerais. Iniciou o curso de jornalismo, mas formou-se em publicidade na Pontifícia Universidade Católica (PUC) do seu estado. Em seguida, foi morar em Londres, onde estudou escrita criativa. De volta ao Brasil, trabalhou em marketing e escreveu poemas. Seu primeiro livro — a coletânea poética “Confissão” — foi lançado em 2001, com edição bancada pelo pai. Mas o sucesso veio apenas em 2008, quando a divulgação boca-a-boca entre os fãs transformou o romance adolescente “Fazendo Meu Filme” num best-seller.
As aventuras da jovem Estefânia Castelino Belluz, a Fani, personagem principal do livro, ganharam três continuações. Juntos, os quatro livros venderam mais de 250 mil exemplares até 2015. Em 2013, foi uma das autoras incluídas na coletânea “O Livro das Princesas”, ao lado de Meg Cabot, Lauren Kate e Patrícia Barboza. O livro reuniu releituras de contos de fadas. Ela contribuiu com a sua versão para a história da “Cinderela”. No mesmo ano, o primeiro volume da série “Fazendo Meu Filme” foi lançado em inglês, com o título “Shooting My Life’s Script – Fani’s Premiere”. Em 2012, foi colocada pela Revista Época entre as 100 pessoas brasileiras mais influentes do Brasil naquele ano.
Manuel da Silva Alvarenga
MANUEL INÁCIO DA SILVA ALVARENGA nasceu em dia e mês incertos do ano de 1749, na cidade de Ouro Preto (ou São João Del Rey, segundo alguns biógrafos). Morreu no dia 01 de novembro de 1814, na cidade do Rio de Janeiro.
Poeta brasileiro, após os estudos preparatórios, feitos com dificuldades financeiras no Rio de Janeiro, conseguiu ir para Coimbra, Portugal, onde se formou em Direito em 1776. Ainda estudante, publicou o poema O Desertor das Letras (1774) e participou de certames literários com seus amigos Alvarenga Peixoto e Basílio da Gama. De volta ao Rio de Janeiro, passou a exercer a advocacia, ao mesmo tempo em que escrevia peças de teatro, críticas e poesias.
Algum tempo depois, o vice-rei do Brasil o nomeou professor de retórica e poética. Foi um dos fundadores da Sociedade Literária do Rio de Janeiro, fechada depois pelo governo, que a considerou um clube jacobino (corrente política francesa que deu origem à revolução que derrubou a monarquia daquele país). Seus integrantes foram submetidos a processos e ficaram presos de 1794 a 1797. Libertado, ocupou-se de novo com o ensino de retórica e com a advocacia. Sua obra prima é Glaura, Poemas Eróticos, publicada em 1799.
Fragmento
Carinhosa e doce, ó Glaura,
Vem esta aura lisonjeira,
E a mangueira já florida
Nos convida a respirar.
Sobre a relva o sol doirado
Bebe as lágrimas da Aurora,
E suave os dons de Flora
Neste prado vê brotar.
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